Seja Bem-Vindo

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segunda-feira, 19 de março de 2012

Azul Traço




Anônima transeunte
nem marcas deixam
meus passos
pela rua
e no caminho ouço
eco de passadas
ocas
nuas no chão

Respiro silêncio
quebrado
pela minha pulsação

Nas ruas o muro alto
espreita
encontra-me sua sombra
sombrio vagar

Transporto-me neste poema
de azul traço engarrafado
atirado ao mar

( Imagem: Praia Brava, fotografia de Marlene Edir)
Publicado no Céu de Abril, em abril, 14 de 2011

6 comentários:

  1. [nos vagares do silêncio,

    nascem as ruas cheias,
    cheias marés do mar, avenida
    nascente e foz!]

    um imenso abraço, Marlene

    Leonardo B.

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  2. Combinação interessante de palavras. Dá uma quebra, ao mesmo tempo um ritmo bom para o poema. Bem bonito, Marlene!

    Beijo.

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  3. Marlene,


    Lindo poema e o desfecho...

    Transporto-me neste poema
    de azul traço engarrafado
    atirado ao mar


    ...é belííííssimo!



    Quantas vezes ficamos à deriva de nós mesmos!
    Bjão, querida amiga!

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  4. Boa noite.
    Vi tuas escritas
    como que um bilhete
    de amor preso numa
    garrafa navegando
    em alto mar, sob
    ceu azul intenso
    quiçá a procura
    de um leitor em
    especial...Teu Amor!
    Bjinhos

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  5. no anonimato dos passos, apenas a rua preserva o nome. até as sombras deixam de nos seguir...
    inquietantemente belo, porque viés de luz fina e quebradiça na omoplata da noite.

    beijinho, marlene!

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  6. Seguindo passos sem marcas, reconheço a presença do sonho capaz de fazer sonhar, a poesia!

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