Seja Bem-Vindo

Seja Bem-Vindo

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Do vento que sopra nessas tardes





Tão grande esse vazio
o vento costuma soprar forte
pelas tardes
trazendo frio
transpassa
trançado fio da blusa

Preenche o silêncio
o som do vento
mas não me traz
qualquer palavra nova

Recolho a mesa do café
deixo cadeiras fora do lugar
disfarce
de espaço abandonado

presente a respiração
tambor que pulsa
engulo a saliva
aperto as palavras

A tarde acaba


Fotografia de Marlene Edir
Junho, 25 de 2012

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Da estrela



                                                                   “Eu ando sozinha
                                                                    ao longo da noite.
                                                                    Mas a estrela é minha”.
                                                                     Cecília Meireles







Com o brilho de Sírius, imenso,
e tão solitária,
a nem tão luminosa, Mirfak,
quem sabe a gigante Arcturus,
ou Canopus, Prócion,
a de luz azulada
que vibra suave, (quase mantra)
quando pronunciada:
Adhara,

sei pouco de astros,
grandeza ou brilho,
extasiada,
fico a indagar...

Que nome a estrela terá?

Será a distante Alnilan?
ou Átria,
a múltipla Polaris, ao norte,
ou a do poema,
Aldebaran...
São tantos os nomes e tantas estrelas,
planetas, constelações,
num céu tão imenso!

Qual a sua localização?

Visível, na ausência de nuvens,
Cintila (nalgum lugar),
e basta-me:

tenho uma estrela!

Fotografia, aquarela de Marlene Edir Severino
Junho, 1 de 2012