Seja Bem-Vindo

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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Perdida a Palavra




Que possa iniciar a frase
ensaio uma palavra:
o tempo escorre, perdida fica
a palavra,
morre

e a garganta não solta.

Resta o silêncio
como se tudo já houvesse sido dito.

Sorvo tua ausência:
coração entreaberto
preso na boca.


(Imagem: Óleo sobre eucatex de Marlene Edir Severino)
Julho, 11 de 2011

17 comentários:

  1. Mesmo que presa
    A palavra ficado tenha
    Ainda assim o sentimento
    Fluiu em versos

    Lindo Lene, beijos

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  2. E do fio do silêncio teces versos tão lindos :)
    beijos,

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  3. A palavra que morre antes da nascente é como um grito de dor que não se escuta. Lindo poema, amiga, muito belo mesmo. Tomo a liberdade de "conversar" com ele com este meu:


    POEMA ABISSAL

    gutural
    este grito
    aprisionado
    lançado
    entre o azul-perdido
    que persigo
    e o negro-nada
    que me cala

    enquanto a palavra
    imersa
    fria
    aguarda o voo
    mas se faz mergulho

    (Celso Mendes)

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  4. e o tempo realmente escorre...
    lindo poema!

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  5. Muito bom. Teu silêncio tem um grito ensurdecedor.

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  6. Quando o coração fica assim, por sair, nada resta senão prender o grito da emoção para soltá-lo no momento mais adequado...
    O importante é não deixar a palavra se perder...
    Abraços

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  7. Muito bonito, de uma preciosidade ímpar e bela. Um abraço, Yayá.

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  8. A ausência provoca destas coisas!... Muitas vezes o silêncio, noutras o grito que abafa e não sai... o sufoco e a saudade!... A falta do próprio grito e, não raro, da própria ausência que se perdeu, por tão ausente do grito... e do silêncio!...



    Abraço

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  9. Marlene, sempre Marlene. Encantando não só com sua pena e seu pincel, mas com seu eu que fala feito nuvens de algodão no azul do céu. hehe Tá, eu sei, riminha tosca, mas é de coração! bjo grande e parabéns pela poesia.

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  10. É bom sorver ausências às vezes. Sentir ausências é reforçar o amor, o querer. Também sorvo ausências. Deliciosas ausências.

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  11. "Sorvo tua ausência:
    Coração entreaberto preso na boca."

    Escandalosamente lindo isso e se encaixou direitinho nos meus sentimentos.
    Naveguei pelo teu coração... ops, quis dizer blog, e me encantei com cada palavra, cada imagem, cada sentimento exposto aqui.
    Vou te seguir para não perder nadica do que vc postar daqui pra frente.
    Venha tomar um chocolate quente comigo e trocar um dedo de prosa. Vou adorar.
    Beijokas.
    Seguindo...

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  12. Adorei o blog! O Silêncio que as vezes se torna grito, desespero agudo de colocar pra fora aquilo tudo que não mais se sente.

    Mando-lhe um trecho do meu silêncio:

    "A arte livre de fazer voar os pensamentos
    e poder assim colorir palavras
    expelir sentimento
    Dentro do divino,
    do mágico,
    permanece
    e no coração adormecem as palavras não ditas."


    Grande abraço!
    Maura de Paula

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  13. Amiga Marlene,
    Adoro tuas aquarelas, mas há alguma coisa que eu não sei explicar com óleo. Esse girassol é realmente fantástico.
    Não vou ousar falar da poesia, de poesia não se fala, apenas se sente com o coração.
    Grande abraço.
    Faustino

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  14. Palavra perdida a espera dos poetas
    abraços

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  15. Belo poema. "Sorvo tua ausência: coração entreaberto preso na boca". Isso é exatamente o que a gente sente. Perfeito!
    Um grande beijo, Lena.

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  16. peculiar poética apresentada nestes versos.

    esbelto blog.

    O silêncio prende-se na garganta e arrota-se o poema mais mutante e cromaticamente potente.

    Voltarei, com gosto,

    Gavine,

    www.celularubra.blogspot.com

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