Seja Bem-Vindo

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sexta-feira, 4 de março de 2011

De Mar


O nome contido no mar
de peixes, opostos nados,
contínuo movimento: lançar as águas desaguar,
final e recomeço amalgamados,

lua em gêmeos, sol em peixes,
vênus em aquário, labiríntico mapa
de libra ascendente
instante que desatou ventos,
desencadeou tempestade
na melancólica seriedade, sabedoria de saturno,
e maturidade em netuno na casa primeira,
configuração da palavra, formas, cores.

A casa, quintal, porto seguro,
intensidade como leme, silêncio e solidão,
contrapontos da liberdade como escolha,
busca, procura,
fecunda fantasia, flutuação.
Um dragão que cospe fogo incrustado
nas coordenadas, incongruente mistura,

comunhão com os elementos,
captar intuitivo, sibila
nuvem, vento,
poeira,

não mais.

Março, 4 de 2011
(Imagem: aquarela de marlene edir severino)

2 comentários:

  1. [se não mais, apenas margem: em todo o horizonte que se constrói por paisagem, há mapas, cartas astrais, palavras que desaguando a todo o instante entre a nascente e a foz, nunca são demais... são de mar, da construção do mar]

    um imenso abraço, Marlene

    Leonardo B.

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  2. Já desde o primeiro quarteto, o teu poema é marítimo, Marlene, de uma fluidez e ritmo dentro da própria idéia do texto. Netuno na casa 1 teria algo a ver com tudo isso?... muito certamente.

    Uma dissertação plena de sonoridades, de construções que encantam (instante que desatou ventos... contrapontos da liberdade como escolha...), de um imagístico colorido, de síntese que extrapola na beleza mesma do verso, da invenção poética.

    E para que mais, Marlene?

    Um de teus textos mais admiráveis, sem dúvida. Meus parabéns, querida amiga.

    Meu abraço com carinho,
    André

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