Seja Bem-Vindo

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sábado, 28 de setembro de 2013

Um tom de sépia





A tarde finda
pátina
vibram todos os sinos de vento
e um esqueleto de folha flutua no ar
em desalento,

bate a janela.
Azinhavre,
ferrugem.
A dobradiça emperra.

Veloz,
o vento deixa outra folha
inerte no marrom da grama.

A tarde escorre,
nem dia é mais.

Sépia na paleta.


Janeiro, 25 de 2012
Aquarela de Marlene Edir Severino

9 comentários:

  1. Linda a cor e a tela, pois foram fonte inspiradora para um poema cheio de delicadezas.
    Gostei imenso!
    Um abraço!!!

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  2. Precioso, este dizer outono. Pintura nos tons pardos da melancolia.

    Gostei muito!

    Um beijo

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  3. Aquarela escrita. Esse, se não me falha a memória é reedição de outros tempos, não?

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  4. Há brisa suave e uma escada onde sempre me sento quando te leio! :-)

    Beijos,

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  5. Oi MARLENE,

    só poetisas pintoras de arte invulgar, conseguem estas analogias entre isso e aquilo, aquilo e aquilo outro.

    lindíssimo, inclusive a folha seca inspiradora.

    Um abração carioca.

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  6. Uma paleta de cores e sonoridades encontro aqui neste teu belo poema, Marlene. Imagens delicadas e leves, cores outonais, e uma maneira muito pessoal de falar da estação de folhas mortas.

    A tua aquarela está excelente também. (em papel Fabriano, ou eu me engano?)

    Meus aplausos, querida amiga, e um abraço muito carinhoso para ti.

    André

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  7. Belíssimas as folhas de Outono! Os tons certos para deixar fluir a poesia à medida que o vento faz rodopiar as folhas e as senta sobre a grama.
    Um abraço.
    M. Emília

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  8. Terá sido a palavra pintada com sonoridades outonais que aqui me trouxe. Um "feeling" perfeito! Como me identifico, Marlene!
    Beijinhos.

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