Seja Bem-Vindo

Seja Bem-Vindo

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Sombras das Nuvens





Já não te falo mais do que me emudece,
de tênues, imperfeitas alegrias,
menos ainda de uma ou outra insignificância
que em algum momento me entristece:
conheço as dobras da tua armadura,

então transito imperceptível no silêncio,
vagueio por espaços com cheiro de abandono,
alguns passos sem rumo de abafados sonhos
transparente rascunho,
poema que não se concretizou

e tantas perguntas sem resposta,
agigantam-se, indecifráveis, ficam
imensas, tanta palavra sem som,
cor sem aquarela,

de vez em quando uma ou outra nuvem
desaba numa chuva, encharca a rua,
escorre pela calçada e pássaros fogem,

respingam lembranças, ecos abafados
habitam o silêncio, sombras das nuvens
turvam vez ou outra o azul do céu.


(Imagem: Fotografia do céu visto do quintal)
Agosto, 29 de 2011

7 comentários:

  1. Boa noite...digo: da para lavar a alma com tua poesia...chuvarada boa ne? Abraços

    ResponderExcluir
  2. Os dias de chuva existem para que o silêncio a ouça e sinta o seu valor, muito interessante. Um abraço, Yayá.

    ResponderExcluir
  3. A chuva lava a alma e as lembranças! Lindo o seu poema! Bjs

    ResponderExcluir
  4. Um belo poema gostoso de ler. Parabéns. Gostei muito do seu blog, e ja estou seguindo. Convido a conhecer meu blog e seguir-me se gostares. Um abraço!
    Smareis

    ResponderExcluir
  5. Suas postagens são sempre leves de se ler.
    Gosto muito de passear por aqui.
    Temos, a cada vez que por aqui passamos, algo de bom esperando por nós.
    Abraços

    ResponderExcluir
  6. Poema nostálgico, mas muito bem conseguido. As paisagens cinzentas e turvas são as melhores para libertar o espírito poético.

    Bom fim-de-semana

    Runa

    ResponderExcluir