Seja Bem-Vindo

Seja Bem-Vindo

sexta-feira, 5 de novembro de 2010


Oquidões


Desordenado vento
de teu silêncio, revolto e obscuro
a varrer corpóreas e intrínsecas oquidões,
salpico de hesitantes abismos:
levou em turbilhão
poeira de estrelas, galáxias,
turmalina de olhos marejados,
olho d’água,
redemoinhos, remansos,
volúpia de ambíguo deleite.

De olhos no absurdo a pés fincados no chão:
sonhar montanhas,
rudeza objetiva do óbvio.
Envaidecida com fragmentos
segui-te em atalhos,
corredor de ilusório acorde
ampliado de tua voz tingida de arco-íris.

Absorta na tarde esvaecida

a saber pouco de resíduos,
quase nada:
fragmento de cigarras secas, casulo,

de esqueleto de folhas, movimento de avencas,
código das pedras.

Despedida de tarde
macia e gris.
Sussurros da noite
imensa te afasta de mim.



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