Seja Bem-Vindo

Seja Bem-Vindo

quinta-feira, 14 de outubro de 2010


Nada



Neste momento íntimo, Intrínseco,
numa fantasia do nada, reverência ao vazio,
a valorizar resíduos do teu silêncio,
imaginar frescor em gastas palavras,
fico aqui a te sorver,
num desejo de tocar teu espírito,
maior talvez até do que
o de querer tocar teu corpo;

vislumbro arco-íris de cores dos começos,
mas este sutil entremeado,
é mera nesga de pó do que se acaba,
tem o valor de um nada,
sequer começou ou existiu.

Nem quis aqui buscar conceitos
ou certezas meras,
quando falta a palavra para o indefinível,
melhor ficar assim, a esmo;

e esta chuva agora,

fria, não mais do que esta voz
que se agiganta
e vem do poço, das entranhas,
dura, faminta,
diz coisas que não quero ouvir.

Também faz frio lá fora.

marlene edir severino


Um comentário:

  1. [metáforas para um corpo em caminho que se perde, para se reencontrar no momento seguinte: corpo adiante]

    um imenso abraço, Marlene

    Leonardo B.

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