Seja Bem-Vindo

Seja Bem-Vindo

quarta-feira, 15 de setembro de 2010





De nuvem


Avassala a voz do penhasco, caixa de palavras
da tua voz incrustada no silêncio
a tamborilar nos meus ouvidos;
tempo nada,
desejo sem dono que habita,
palpita, som e areia.
Fugidia vida escorrendo, sopro de tule,
ao vento, sementes de dente-de-leão.

Abocanho palavras: te guardo inteiro, em pedaços,
intenso, fugidio,
despedaçado mosaico: enigma.
Textura do rochedo tateio,
tatuagem de melancolia.
Te guardo. Fechado: casulo.

Prazer e atrito, aberto,
incomensurável.
Que finca na retina, a voz, sorriso, presença
num tempo sem horas, resíduos tateio,
- canção imantada, gravada, intensa.

Inundada de anseios, vislumbro percursos;
desejo sem dono, sopro.
Quase nada.
Respiro resíduos...


Marlene Edir Severino

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