Não é somente um poema. Nasceu num momento de recolhimento no intrínseco quintal, sobrevoou nas asas de alguma borboleta ultrapassou limites, noutras galáxias, quem sabe, um pouco mais além e transcendeu... Além do Quintal!
Seja Bem-Vindo

quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Breve
Ainda aguardo que me fales:
vagas promessas,
mas nunca escreves
apenas recebo um breve...
Breve nos encontraremos.
Ínfima
partícula fiquei
diluída no teu silêncio:
Escrevi demais
vai ver,
foi somente para esconder
o que não tive
coragem de dizer.
Agora silencio eu também
teu silêncio desconcertou meu poema
e como subtraio esse tema
Se já te somei a mim?
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Abissal
O vinho tinto, seco e forte
desceu líquido,
pela garganta quente:
jorrou a cântaros, sentimento sem fronteira
de alegria abrupta;
pulsante de palavras. Açambarcador.
Fictício.
Vazio teimoso da casa: silêncio abissal.
Vinho esquecido sobre a mesa,
cama feita,
cheiro do algodão lavado,
misturado ao manacá das frestas da veneziana;
nos alvos lençóis deitou o corpo
apinhado de invisíveis estrelas
longínquas,
eqüidistantes.
domingo, 19 de setembro de 2010
Enchente matinal
Nessas linhas parcas, envio
a transparência das nuvens no azul,
um pouco do ruído do oceano,
da impulsividade do vento sul:
sopro de luminosidade em palavras,
que me invadiu, incandesceu...
Nessa enchente matinal,
traduzo a solidão da pedra,
com leveza de avencas do quintal;
e num gesto puro,
envio este texto sem forma,
amostra de imediato querer:
tou com vontade de te ver!
Aquarela: Nascimento de uma estrela
sábado, 18 de setembro de 2010
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Biscoito da Sorte
Prospecto de tempo emocionante
à frente – vale acreditar.
sabor de amora silvestre aquecida ao sol da manhã,
cataplasma de estrelário,
fictício talismã.
Frescor da boca da noite,
úmida grama; exala do canteiro, o cheiro do manacá,
jasmim.
Chuva de estrelas no céu, Vênus,
vislumbre de completude,
búzios, I ching.
Enigmática conspiração dos deuses,
intrínseca constatação.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010

De nuvem
Avassala a voz do penhasco, caixa de palavras
da tua voz incrustada no silêncio
a tamborilar nos meus ouvidos;
tempo nada,
desejo sem dono que habita,
palpita, som e areia.
Fugidia vida escorrendo, sopro de tule,
ao vento, sementes de dente-de-leão.
Abocanho palavras: te guardo inteiro, em pedaços,
intenso, fugidio,
despedaçado mosaico: enigma.
Textura do rochedo tateio,
tatuagem de melancolia.
Te guardo. Fechado: casulo.
Prazer e atrito, aberto,
incomensurável.
Que finca na retina, a voz, sorriso, presença
num tempo sem horas, resíduos tateio,
- canção imantada, gravada, intensa.
Inundada de anseios, vislumbro percursos;
desejo sem dono, sopro.
Quase nada.
Respiro resíduos...
Marlene Edir Severino
Porque não penso em nada
Ata, fúcsia,
Colher de prata,
Dançam em minha cabeça
Feito águas-vivas num rosnar torpor.
Antes, denso e negro,
Agora, gris;
Sutil geometria
Que encalha embarcações no mar.
Volta ao mundo, lodo acústico
Enroscar de palavras, duplos sentidos,
Madressilvas no lavabo.
Ata saudável véu,
Nenhum estilo,
Estufa de ausência!
marlene edir severino
Colher de prata,
Dançam em minha cabeça
Feito águas-vivas num rosnar torpor.
Antes, denso e negro,
Agora, gris;
Sutil geometria
Que encalha embarcações no mar.
Volta ao mundo, lodo acústico
Enroscar de palavras, duplos sentidos,
Madressilvas no lavabo.
Ata saudável véu,
Nenhum estilo,
Estufa de ausência!
marlene edir severino
Assinar:
Postagens (Atom)