Imperfeita como tarde de domingo:
na palidez da névoa, revoam gaivotas
feito um ritual sobre esverdeada onda,
que traz no dorso, apressado galho de árvore
e quebra num estrondo sobre a pedra
ocre em mil respingos.
Um navio se afasta e desaparece no horizonte,
e teus dedos de pedra a segurarem meu braço.
Entre a areia, mares, outras margens,
trazida pelo vento o eco da tua voz
calou nas pedras: visão da tua sombra, as redes
balançam na água barrenta
da maré cheia
âmbar da tua voz.
(Imagem: Praia Brava, fotografia de Marlene Edir Severino)
Maio, 22 de 2011