
Não é somente um poema. Nasceu num momento de recolhimento no intrínseco quintal, sobrevoou nas asas de alguma borboleta ultrapassou limites, noutras galáxias, quem sabe, um pouco mais além e transcendeu... Além do Quintal!
Seja Bem-Vindo

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
sábado, 25 de dezembro de 2010
Procura
Tento distinguir teu rosto no das pessoas
que passam a meu lado, transeuntes
apressados a esbarrar
na lentidão contemplativa dessa busca,
que vislumbra no lampejo de um olhar,
um traço, sinal, não importa,
vou saber quando encontrar.
Nos finais de tarde, envolta na estranheza
das horas que se distanciam, quase param
e silenciam as coisas,
fico a ouvir o vento, me incorporo a ele
transparente, vago, atenta a sua linguagem:
um esqueleto de folha, sementes,
um cheiro, signo,
mágico como este instante,
escolhido pela nuvem para encobrir o sol.
Quando se apaga o dia
nas noites claras, em parceria
com a solidária lua, que espreita,
ainda a busca continua e fico a indagar estrelas:
“- onde encontro, em que lugar procuro?”
E a me perder nas horas, a olhar o céu
atenta a algum lampejo, indício
de impenetrável código secreto
que possa ter acesso,
às vezes me confundo,
em alguma rota desviada a vocalizar
poema, monossilábicos
vocábulos de poeta atrás de óculos,
transitória estrela, horas de distância,
nenhum pedaço do infinito,
ou pés a flutuar.
Não desisti da busca, vital, intrínseca.
Sei, estás em algum lugar distante,
(quem sabe aqui, bem perto?)
em outro tom de violeta e fúcsia de um pôr-do-sol,
além deste oceano, noutras maresias,
outros sons de chuva,
manhãs de névoa, flor de vento,
jazz,
noutro quintal.
Espero que tempo haja,
porque apenas decidi que vou te achar.
Marlene Edir Severino 25/12/2010 - 14h56
que passam a meu lado, transeuntes
apressados a esbarrar
na lentidão contemplativa dessa busca,
que vislumbra no lampejo de um olhar,
um traço, sinal, não importa,
vou saber quando encontrar.
Nos finais de tarde, envolta na estranheza
das horas que se distanciam, quase param
e silenciam as coisas,
fico a ouvir o vento, me incorporo a ele
transparente, vago, atenta a sua linguagem:
um esqueleto de folha, sementes,
um cheiro, signo,
mágico como este instante,
escolhido pela nuvem para encobrir o sol.
Quando se apaga o dia
nas noites claras, em parceria
com a solidária lua, que espreita,
ainda a busca continua e fico a indagar estrelas:
“- onde encontro, em que lugar procuro?”
E a me perder nas horas, a olhar o céu
atenta a algum lampejo, indício
de impenetrável código secreto
que possa ter acesso,
às vezes me confundo,
em alguma rota desviada a vocalizar
poema, monossilábicos
vocábulos de poeta atrás de óculos,
transitória estrela, horas de distância,
nenhum pedaço do infinito,
ou pés a flutuar.
Não desisti da busca, vital, intrínseca.
Sei, estás em algum lugar distante,
(quem sabe aqui, bem perto?)
em outro tom de violeta e fúcsia de um pôr-do-sol,
além deste oceano, noutras maresias,
outros sons de chuva,
manhãs de névoa, flor de vento,
jazz,
noutro quintal.
Espero que tempo haja,
porque apenas decidi que vou te achar.
Marlene Edir Severino 25/12/2010 - 14h56
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Dezembro
Dezembro chegou de novo.
Esperei o ano todo e agora
quero conjugar meu fogo
no imperfeito mesmo,
como somente a ele convém.
Hoje não vou escrever,
quero ir além do teclado,
quero te ver de verdade,
te olhar inteiro,
sentir teu cheiro,
te ver pulsando por mim:
iluminado.
Imprimir o calor da minha pele
roçando sobre a tua,
escrever no teu corpo,
falar com meu corpo no teu
assim
com e sem palavras...
Escrito em 10 de dezembro de 2009
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Rosas de metal
Guarda para teu deleite
algum poema que te dei, uma ou outra palavra, também
tuas rosas de metal incrustadas
em ambígua canção que ofereceu,
que eu cá num ceticismo vago sempre soube,
que a mim nunca pertenceu;
apenas essas, as últimas, monossilábicas,
pronunciadas à distância,
escombros a ecoar nos meus ouvidos,
que contrário ao previsível
não me reduz, ainda que abundante
de áspera rudeza,
apenas de ti me afasta, transforma
dormidos sonhos de provisória alegria
em amálgama de despojos.
E a chuva veio agora,
a carregar o que restou do dia que o vento esqueceu lá fora,
a apagar teu nome que desnudo da garganta,
chuva ruidosa e fria sobre todas as coisas a cair,
menos gélida, porém, que tua voz que ainda ouço
distante terreno baldio de apego,
e retribuo apenas com silêncio e já é muito;
bem-vinda, solidão!
Terça feira, 21 de dezembro de 2010
21h05
sábado, 18 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Sopro
Respiro o silêncio da casa
e seus ruídos de ocultos silêncios,
silencioso sopro de coisas mudas,
vozes distantes de cômodos vazios,
sopro de vazio,
sopro de luz nos olhos quando escrevo.
Perco-me,
perco o poema,
me perco no poema.
Olho pela janela:
há um quintal lá fora.
Apenas estas palavras são verdadeiras.
Marlene
dezembro, 14
Respiro o silêncio da casa
e seus ruídos de ocultos silêncios,
silencioso sopro de coisas mudas,
vozes distantes de cômodos vazios,
sopro de vazio,
sopro de luz nos olhos quando escrevo.
Perco-me,
perco o poema,
me perco no poema.
Olho pela janela:
há um quintal lá fora.
Apenas estas palavras são verdadeiras.
Marlene
dezembro, 14
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Insone
Em passos sigilosos pelos cômodos da casa,
quero tragar a noite
que se desnuda
imensa,
bagagem soturna de silêncio.
Sonâmbula,
bebo tua ausência
de teu hálito inebriada,
teu cheiro em minha pele
tatuado.
O vento sussurra teu nome
lá fora,
tênue resposta, transparência
fragmentada
a me confundir.
Imersa
no silenciar dos objetos,
escondo metáforas,
insone,
atrás destas palavras.
Itajaí, 12/dezembro/2010
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Novembro
Veio ao meu encontro:
simplicidade da ternura, beijo molhado
na água do aquário.
Selvagem aroma de coisas obscuras,
coração chovido;
nos olhos, as cores do mar.
Eu, horizonte de sonho,
pés a flutuar.
Sol queimante da manhã:
andamos por aquelas ruas
de cansar os pés.
À noite,
ausente e invisível
a me buscar sem ver.
Itajaí, dezembro, 03, 2010
18h02
Veio ao meu encontro:
simplicidade da ternura, beijo molhado
na água do aquário.
Selvagem aroma de coisas obscuras,
coração chovido;
nos olhos, as cores do mar.
Eu, horizonte de sonho,
pés a flutuar.
Sol queimante da manhã:
andamos por aquelas ruas
de cansar os pés.
À noite,
ausente e invisível
a me buscar sem ver.
Itajaí, dezembro, 03, 2010
18h02
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Incerto
De névoa esta manhã.
Depois chegou a chuva,
em rajadas,
a desabar sobre o silêncio das plantas.
Breve relâmpago prateado cortou
da chuva a gravidade.
Sussurro breve da tua voz nos meus ouvidos.
Beijo de chuva molhado.
Novembro, dezembro. Adiantada primavera.
Incerto breve: vazio de sol.
02 de dezembro de 2010
Itajaí,13h03
De névoa esta manhã.
Depois chegou a chuva,
em rajadas,
a desabar sobre o silêncio das plantas.
Breve relâmpago prateado cortou
da chuva a gravidade.
Sussurro breve da tua voz nos meus ouvidos.
Beijo de chuva molhado.
Novembro, dezembro. Adiantada primavera.
Incerto breve: vazio de sol.
02 de dezembro de 2010
Itajaí,13h03
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