Não é somente um poema. Nasceu num momento de recolhimento no intrínseco quintal, sobrevoou nas asas de alguma borboleta ultrapassou limites, noutras galáxias, quem sabe, um pouco mais além e transcendeu... Além do Quintal!
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quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Cacos nos Bolsos
No silêncio da casa
já não sinto tua presença como antes,
frágil e emudecido ficou o lado de cá da vidraça,
tampouco te vislumbro nas estrelas quando a noite chega;
pela moldura da janela,
muda, a lua me observa,
e do horizonte ainda retornam ecos,
mas não da tua fala,
em branco o papel
da tua palavra
e tenho
que exercitar essa ausência,
tentar ignorar parcos vestígios.
Quem sabe o tempo ajude
a encaixotar esses dias em cinza,
essa bruma que turva, confunde tudo,
essa saudade de coisas tão efêmeras,
cacos nos bolsos,
rastros
em mim.
(Imagem: óleo sobre tela de Marlene Edir Severino)
Setembro, 15 de 2011
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[o silêncio, esse terreno fértil de toda a palavra; aquela que a luz soube como iluminar mesmo no vão da casa interior, onde tudo se recompõe, onde tudo permanece, renascendo]
ResponderExcluirum imenso abraço, Marlene
Leonardo B.
marlene,
ResponderExcluirporque somos todo o tempo, aprenderemos a moldá-lo a todos os silêncios e gritos que nos habitam. o que do lado de fora volteia? apenas a memória que, consta, não tem relógio e tudo desaprende.
adoro a tua poesia! fiquei, ainda, a saber que experimentas a pintura, também. bravo!
beijinho!
Bom dia..eterno suspiro num breve olhar para tua obra, poema e imagem, tudo nos deslumbra...bjin
ResponderExcluirLindo o poema. Demostra a sensibilidade do poeta.
ResponderExcluirAbraço
E do lado de cá da vidraça vemos o ritmo da VIDA a passar diferente.
ResponderExcluirLindo este poema.
Abraços
"essa saudade de coisas tão efêmeras,
ResponderExcluircacos nos bolsos,
rastros
em mim."
Ainda bem que com os teus cacos, tu fazes a poesia inquebrantável.
Lindo poema!
Tua poesia é envolvente e fala ao meu coração como poucas o conseguem. "Entender" uma poesia é questão intelectual. A tua poesia, entretanto, sinto-a na pele, palavra por palavra.
ResponderExcluir"Quem sabe o tempo ajude
a encaixotar esses dias em cinza,
essa bruma que turva, confunde tudo..."
Belíssimo.
Gosto demais da tua poesia.
Beijokas.