Não é somente um poema. Nasceu num momento de recolhimento no intrínseco quintal, sobrevoou nas asas de alguma borboleta ultrapassou limites, noutras galáxias, quem sabe, um pouco mais além e transcendeu... Além do Quintal!
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quarta-feira, 4 de maio de 2011
Ruído na Vidraça
Até tenho tentado
transcender esse silêncio,
sobra do espaço
que escondes sem dizer.
Nas tintas que acolhem a espera
em que busco teu abraço,
sorvo palavras,
uma a uma
da tua muda fala,
fico a querer interpretar
nesse vazio de som,
aquelas
ocultas nas tuas metáforas
e sonho
com tua contradição,
teu confuso medo
difuso.
Sonâmbula,
livro-me da memória,
quero olhar sem pensar,
transcender tua fala
que duplamente cala
agora.
Ouço um ruído na vidraça:
apenas um inseto
e treme:
esfacelou a asa.
(Imagem: Aquarela de Marlene Edir Severino)
Maio, 01 de 2011
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Os versos construídos ficaram muito bons, andamento coerente: parte do interior da personagem para o mundo externo, usa metáfora do inseto para simbolizar o eu da persona danificada. Digno da tua assintura e de estar presente aqui. Parabéns.
ResponderExcluirGostei muito do poema. Achei o comentário do Ricardo muito feliz, também penso o mesmo e acrescento a sensação de impotência, apesar da luta, que a metáfora final também transmite.
ResponderExcluirExcelente, amiga!
Beijo!
O silêncio que revela.
ResponderExcluirLindo!
Carla
Bom dia...senti como se tivessem arrancado de mim, meu silencio e fizeram-me falar, desabafar, e como a cigarra, cantar e cantar, o tudo e o nada...inseto fragil e desprotegido, que ao contato com o vidro, calou-se de vez com a tua morte...lindo! Adorei!Estarei sempre por aqui, posso? Bjin
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