Não é somente um poema. Nasceu num momento de recolhimento no intrínseco quintal, sobrevoou nas asas de alguma borboleta ultrapassou limites, noutras galáxias, quem sabe, um pouco mais além e transcendeu... Além do Quintal!
Seja Bem-Vindo
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Devo Morar no Silêncio
Algas secas no cascalho,
na areia, lavam com as ondas
o sal e o cântaro, o mel e a flauta:
teu cheiro chega com o vendaval, a pedra do peixe.
Meu sopro à beira do vulcão,
mas não posso ir mais fundo do que já me encontro.
Chove chuva na caixa de vidro.
Vislumbro tua sombra na vidraça,
embaça: sombra de tua sombra,
como mantras de Aruanda,
um traço azul, aquele fino traço:
mensagem na garrafa atirada ao mar
soa como gongo embalado no movimento das ondas.
A música lava, mas continuo aqui: devo morar no silêncio
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Belíssimo, Marlene. De uma imagética e um lirismo que me encantaram. E um fecho lindo.
ResponderExcluirTenho gostado cada vez mais de teus textos...
Beijo, amiga!
Um belíssmo poema, repleto de sensações vividas com grande intensidade! Parabéns!
ResponderExcluir"Mensagem na garrafa atirada ao mar" meu atual momento de espírito resumido numa frase tua. Beijos, Lene, beijos.
ResponderExcluirPor vezes necessáriamente
ResponderExcluirsós
mas nunca isolados
[recolho das pegadas na areia, o caminho que se traça ao encontro desse pouco pedaço de vidro que traz o mundo e mar e letra, o único verso que não se perde nas passagens das marés, a centelha de universo, voz]
ResponderExcluirum imenso abraço, Marlene
Leonardo B.
Boa noite e...morar no silencio seria facil demais, o dificil seria ter a solidão como companheira...o mar tao vasto nos carrega para longe e assim tao distantes, vivemos no silencio, cercado pela solidão, marcados pela ausencia e sentindo no peito, a saudade...bjin
ResponderExcluirPerfeito, Marlene.
ResponderExcluirmeu carinho
Samara Bassi