Seja Bem-Vindo

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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Devo Morar no Silêncio






Algas secas no cascalho,
na areia, lavam com as ondas
o sal e o cântaro, o mel e a flauta:
teu cheiro chega com o vendaval, a pedra do peixe.

Meu sopro à beira do vulcão,
mas não posso ir mais fundo do que já me encontro.
Chove chuva na caixa de vidro.
Vislumbro tua sombra na vidraça,

embaça: sombra de tua sombra,
como mantras de Aruanda,
um traço azul, aquele fino traço:

mensagem na garrafa atirada ao mar
soa como gongo embalado no movimento das ondas.
A música lava, mas continuo aqui: devo morar no silêncio

7 comentários:

  1. Belíssimo, Marlene. De uma imagética e um lirismo que me encantaram. E um fecho lindo.

    Tenho gostado cada vez mais de teus textos...

    Beijo, amiga!

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  2. Um belíssmo poema, repleto de sensações vividas com grande intensidade! Parabéns!

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  3. "Mensagem na garrafa atirada ao mar" meu atual momento de espírito resumido numa frase tua. Beijos, Lene, beijos.

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  4. Por vezes necessáriamente

    sós

    mas nunca isolados

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  5. [recolho das pegadas na areia, o caminho que se traça ao encontro desse pouco pedaço de vidro que traz o mundo e mar e letra, o único verso que não se perde nas passagens das marés, a centelha de universo, voz]

    um imenso abraço, Marlene

    Leonardo B.

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  6. Boa noite e...morar no silencio seria facil demais, o dificil seria ter a solidão como companheira...o mar tao vasto nos carrega para longe e assim tao distantes, vivemos no silencio, cercado pela solidão, marcados pela ausencia e sentindo no peito, a saudade...bjin

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  7. Perfeito, Marlene.
    meu carinho
    Samara Bassi

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