A lua deixou de ser cheia no azul escuro
esboçada em ocre,
como naquela noite também do mesmo tom,
mas lá havia o céu de estrelas,
óculos embaçados a minha frente,
olhos nos teus de mármore tatuados
a vislumbrar a noite
e disfarçar a cara de desejo,
a querer te traduzir nos teus vocábulos
de doçura sulfúrica,
monossilábicos.
Ainda sonho-te comigo,
poeta, agora mudo
teu rosto conservo na visão
e tenho fome de ti, de tuas palavras cruas,
selvagens.
E aqui nesse silêncio,
a captar de tua imagem o lume que ficou,
vou acordar tua voz:
venha,
antes que o fogo apague
e que me canse de esperar...
(Dragão: aquarela de marlene edir)
Fevereiro, 24 de 2011
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