Não é somente um poema. Nasceu num momento de recolhimento no intrínseco quintal, sobrevoou nas asas de alguma borboleta ultrapassou limites, noutras galáxias, quem sabe, um pouco mais além e transcendeu... Além do Quintal!
Seja Bem-Vindo
domingo, 2 de janeiro de 2011
De bruma
E nos aquietamos.
Não mais lacônicas, escassez de palavras,
nem vento mesmo há nesta manhã,
nenhum sopro a planar sementes;
alguns difusos sons, vozes,
sólidas sombras restaram
porque o vento as esqueceu.
Da janela do quarto a noite
também desenhou sombras nos telhados,
inesperada intimidade, estrangeiro irremovível ,
estranho ritual;
mas havia vento a mover cortinas,
música de corpos lânguidos,
vôo da alma
até nos aquietarmos na penumbra:
a lua lá fora tombada sobre os muros
e sob o brilho tênue das estrelas na vidraça,
nossos corpos.
Na névoa trêmula da manhã,
agitação de partidas das estações,
circunspecto, silencioso beijo,
nenhum vocábulo,
olhos difusos, mármore,
pálidos,
atrás de óculos enfumaçados.
Manhã de bruma agora.
02 de janeiro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário