Nada
numa fantasia do nada, reverência ao vazio,
a valorizar resíduos do teu silêncio,
imaginar frescor em gastas palavras,
fico aqui a te sorver,
num desejo de tocar teu espírito,
maior talvez até do que
o de querer tocar teu corpo;
vislumbro arco-íris de cores dos começos,
mas este sutil entremeado,
é mera nesga de pó do que se acaba,
tem o valor de um nada,
sequer começou ou existiu.
Nem quis aqui buscar conceitos
ou certezas meras,
quando falta a palavra para o indefinível,
melhor ficar assim, a esmo;
e esta chuva agora,
fria, não mais do que esta voz
que se agiganta
e vem do poço, das entranhas,
dura, faminta,
diz coisas que não quero ouvir.
Também faz frio lá fora.
marlene edir severino
[metáforas para um corpo em caminho que se perde, para se reencontrar no momento seguinte: corpo adiante]
ResponderExcluirum imenso abraço, Marlene
Leonardo B.