Aqui silêncio:
sala ilhada,
ilha,
sal.
A hora se desdobra.
Apodrecem bananas
na fruteira,
o pão é de ontem.
Venceu
o leite na geladeira.
Como seria
encontrar palavras,
adjetivar o desencanto -
afazeres,
rotina.
A vida passa
um filme:
quintal de folhas caídas
através da cortina.
(Imagem: fotografia de Marlene Edir Severino)
Abril, 12 de 2012
Boa noite!
ResponderExcluirSim, folhas caidas com a chegada do outono.
Mais uma estação e tudo aqui dentro, continua estagnado, sem emoção! Tudo muda, só não muda os caminhos do meu coração...Mude então, as estações!
Abraços
Pão, ovos e leite perdidos num belo poema. Um abraço, Yayá.
ResponderExcluirvc encontrou as palavras... lindo!
ResponderExcluir"Apodrecem bananas
ResponderExcluirna fruteira,
o pão é de ontem.
Venceu
o leite na geladeira."
e os dedos a apodrecer no corpo...
arrepiantemente gente, este teu poema, marlene.
beijo grande!
De um quotidiano que se impõe em linhas descendentes.
ResponderExcluirUm beijo
Marlene querida!
ResponderExcluirO silêncio desdobra o tempo, infelizmente!
Tua poesia é muito bonita, eu sempre consigo palpar as tuas palavras, amiga! Gosto disso na tua escrita!
Bj grande.
Quanto mais observamos, mais vemos o tempo a escapar por entre os dedos. Logo...
ResponderExcluirBeijo :)
Coisa bonita! Sabe que uma vez estava olhando o sol se por pela janela do quarto e minha mãe estranhou a cena. Nunca estranhou eu assistindo tevê ou no computador...
ResponderExcluirAproveitando, deixo aqui um vídeo para xs leitorxs do espaço: http://vimeo.com/40411264
Por que não alimentar a vida apenas do que é sonho e prazer? Por que este resquício de coisas já apodrecidas e do amargor do ontem. Adorar as coisas que ficam. Adorar vc....
ResponderExcluirPor que guardar da vida apenas o que deteriorou? Por que não conservar doces e amores que, frescos qualquer que sejam suas idades, poderiam nos alimentar? Amei...poesia e poeta.
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