Menstruou pela primeira vez aos onze:
menina, ainda brincava com boneca
nem seio tinha; magrinha, tipo vareta sem graça,
os braços pareciam maiores que todo o corpo,
sabia mais ou menos daquilo tudo
nas conversas na escola,
mas ainda esperava a palavra da mãe,
porque mãe era quem sabia naquele tempo,
tinha a palavra certa.
Tentou lavar a calcinha no tanque,
mas da mãe nada se escondia,
que sem muita conversa, perguntou:
- Já?
De inadequação o olhar da mãe
e rezou a noite pedindo com devoção
que tal não voltasse a acontecer,
sentia alguma coisa diferente;
nem de brincar dava mais vontade.
Cedo também aprendeu a ser descrente.
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